«na frase de Bertolt Brecht: “Um homem tem sempre medo de uma mulher que o ame muito”.«Sim, porque o amor é uma guerra. Uma guerra que as mulheres perdem por amar demais. E por amar homens que não as merecem. Ou homens que não merecem o excesso de amor, provavelmente porque o confundem com vitória. E para um homem, depois de uma vitória não vem paz. Vem sempre outra batalha e outra e outra, porque a paz é uma derrota e nenhum homem quer ficar refém.»
Muito curioso este conto que a Teresa aqui coloca.
Muito curioso por asserções que como tudo na vida são meras regularidades sem
comprovação à vista.
A primeira a de Brecht! De que homens falava Brecht?
Como podia Brecht arrogar-se o direito de postular sobre o que se passa dentro
de todo e cada homem?
A segunda, a do amor como uma guerra, que as mulheres
perdem por amar demais! E por amar homens que não as merecem. Como se só as
mulheres pudessem amar demais, ou os homens terem só mulheres que as merecem.
Pensou como os homens refractam as imagens, sejam de
corpos triangulares, olhos de lince, ou cinturinhas finas e peitos firmes,
suculentos. Como se os homens fossem por natureza predadores com presas sempre
à vista e a vitória da conquista fosse um saciar de leão arrostando a presa a
seus pés.
Puxou de um livro de notas, onde anotava as asserções
que lhe tinham passado pela vista e pela vida.
Numa das notas, retirada de uma afirmação professoral,
dizia: «a generalização é a arma dos ignorantes». Pensou um pouco. Sim, o
contexto era diferente, mas podia adaptá-lo a os «homens são de marte, as
mulheres de…». Sim, num contexto diferente.
«Mas não são as generalizações ignorância na
totalidade das diferentes formas de amor? Estereótipos onde faltam homens e
mulheres com outras formas exteriores e interiores? Ou excessos de imagens
exteriores, valorizações deturpadas do belo e bonito?»
À sua frente um jovem casal brigava forte e feio. Ele,
um daqueles garotos que cultivava o físico e metro sexualizava o corpo, sempre
desejoso de um espelho que refletisse a sua imagem. Ela, uma rapariguinha excessivamente
pintada e adornada, que seguia a moda da falsa construção da imagem e que
acreditava que tinha encontrado o seu amor eterno naquele narciso de músculos
temporários!
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