Citações:

Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)

terça-feira, 28 de maio de 2013

Tordos, Invasibilidade, Cumplicidade

A literatura como sabem tem esta coisa estimulante de podermos gerar personagens, como tordos há nos céus e de questionarmos o infinito.
E das personagens nascem interações, e das interações, relações e das relações, laços de interesses, amizades, cumplicidades… 
O termo invasibilidade tem, como sabemos, uma similitude com aquilo que é na sua raiz a invasão como adjetivação. O invasivo é o que invade, mas o que invade numa perspetiva de hostilização, de uma locupletação unitária... 
A perceção do sentido de invasivo ou não invasivo está assim pois mais do lado do pretenso invadido do que do invasor: revela desconfiança, receio de ofensa, dor, muitas vezes sofrimento. Ao pretenso «invasor» não resta muitas vezes se não o recuo, um recuo prudente e avisado: mesmo que a sua pretensa invasão fosse uma visita de cortesia, o estabelecimento de uma aliança de bandeiras, ou uma relação de amizade sincera. 
Assim a intromissão do narrador na ação dos seus personagens revela mais do que invasibilidade, uma empatia de criador.
E assim, é deixar o tempo, esse sábio mestre, fazer o invadido entender que as suas razões eram nobres e elevadas. 
E que o seu castelo nada tem a temer e que o condado do pretenso está sempre aberto ao estabelecimento de uma relação de sincera amizade e cumplicidade.
Quando os tordos revoam pelos céus, invadem-no, pintando-o e dando-lhe uma tonalidade que se reflete no seu azul alegre.    

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