Olho para ti e vejo-te como um ser indecifrável.
Na minha mão amadureces
Como a fruta que retirei da árvore.
Cheiro-te, eu que não dou ao cheiro tamanha importância. Mas cheiro-te para tentar perceber se o erro na interpretação
É meu, se carrego em mim essa impossibilidade.
Olho para ti
E vejo-te como um ser indecifrável.
As tuas lombadas douradas lembram-me qualquer coisa
Que não me é forasteiro,
Como esses olhos impertubáveis
Que me são vedados.
Olho para ti
Enquanto sublime,
Atarefada,
Vagueias
Por este mundo:
Como gostava de te chamar
Um objeto meu e decifrável:
Parece que partilho contigo todos os segredos do mundo,
Parece que nascemos irmãos
Da mesma demanda
E da mesma cruzada.
Por detrás da rebeldia dos teus olhos
Consigo chegar-te ao coração.
Olhas-me!
Olhas-me com esse sorriso
Traquina
Em forma de meia lua.
Estás aqui novamente
Ao meu lado.
(Estarás sempre cá
Mesmo que não me queiras).
Estarei aqui,
Presente,
Até ao meu fim dos meus dias
Ou até te tomar,
Minha amada,
Como um ser decifrável
Que para sempre quero
Ter nos meus braços.
©PAS
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