Enroscar-me nas covas dos teus
lábios,
Colorir-te os teus cílios
Ou namorar de perto os teus olhos.
No meu livro de ilusões
Gravado a ouro,
(Uma espécie de livro
De horas de paixões)
Onde constam dois nomes,
Nada mais,
Caídos em esquecimento
Depois de apagada a dor
Que me arruinou o peito,
Acrescento este último
Gravado e folheado a ouro
Que se diz Neto
De Tubal e de Seth,
Filho de Cetobra
Ou Xetubre:
E por Zeus,
E por todos os deuses
Aqui juro,
Por esta voz
Que nunca mente,
Que nunca mente,
Será o último,
Que já não há mais corpo
E ilusão que tanta dor
Inscreva,
Inscreva,
Suporte,
(Ou perdure).
(Ou perdure).
No
meu palácio
De
perdição de cobre,
Nesse
grande salão
Do
saber e dos papiros,
Onde
se cruzam
Os
suspiros dos pinheiros
E
de outras árvores nobres,
A
que teimamos
Em não dar sossego,
Em não dar sossego,
Puxei
dos meus cartapácios,
E
um a um,
Sofregamente desfolho,
Sofregamente desfolho,
À
procura onde figure
Com
palavras, arras,
Ou
imagens,
A
razão
De
uma mais
Que
improvável paixão,
De homem maduro
Mas
criação
E
coração adolescente
…
E
que já não cede
A
ilusões, truques,
Ou
paixões ardentes,
Que
já não tragam
Um
selo de verdade.
E
ouvido o oráculo
Que
me guarda as costas,
Lá
está escrito a ouro:
«Não
é venal,
Nem vil engano,
Nem vil engano,
De
feiticeira
Ou musa impenitente:
É
ouro e especiaria
(E da mais pura)
Aquilo que o teu
Coração
Ao longe
Sente»
E
é deveras
Esta gravítica
Atração, paixão,
Esta gravítica
Atração, paixão,
Que
junta,
Impele,
Dois sólidos
Impele,
Dois sólidos
Maduros
A
que a um dão
O nome de Terra
E a outro(a)
O nome de Lua.
O nome de Terra
E a outro(a)
O nome de Lua.
E
mesmo
Que o sol e a lua
Que o sol e a lua
(E
o firmamento)
Que parece nascerem
Há
momentos
Se
interpuserem
Entre nós,
Entre nós,
De
um modo
A que só poderei chamar
A que só poderei chamar
De
insano e demente,
Porque
tema a Deus a palma
O
oráculo não se engane,
Porque
o meu livro de horas
A
que chamarei doravante
(O
livro de Nós!
- Como te adoro -
Estando tu
Ainda em branco
Passado no sedoso
Das minhas mãos)
- Como te adoro -
Estando tu
Ainda em branco
Passado no sedoso
Das minhas mãos)
Ao
amor e à paixão
O
meu coração
Encerrarei
Para todo o sempre
Para todo o sempre
...
Não
deixando entrar
Nem
mais um gemido
Vindo
deste céu
Desta terra
Ou firmamento,
Ou firmamento,
Porque
a homem
Não
ingénuo
(E
puro)
Não
se mente
Porque
Não
há amor por Ardnas
(Esse outro nome
Dessa lua
Que me atrai)
(Esse outro nome
Dessa lua
Que me atrai)
Que
se iguale a este,
... Se
ficar perdido
Por
força de eclipse
De
um qualquer
Sol
ou planeta
Que se atravesse
(Como um cometa roufenho
breve e destruidor)
Entre a Minha Terra
E a tua Lua.
"Ardnas Rop Oãxiap":
É esta a Linguagem
Inscrita na minha
Nova Lua.
©PAS
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