Citações:

Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)

segunda-feira, 20 de maio de 2013

A Linguagem da Lua: "Ardnas Rop Oãxiap"

Pudesse eu adormecer nesse teu sorriso, 
Enroscar-me nas covas dos teus lábios, 
Colorir-te os teus cílios 
Ou namorar de perto os teus olhos. 

No meu livro de ilusões 
Gravado a ouro,

(Uma espécie de livro 
De horas de paixões)

Onde constam dois nomes, 
Nada mais, 
Caídos em esquecimento 
Depois de apagada a dor 
Que me arruinou o peito, 

Acrescento este último 
Gravado e folheado a ouro 
Que se diz Neto 
De Tubal e de Seth, 
Filho de Cetobra 
Ou Xetubre: 

E por Zeus, 
E por todos os deuses 
Aqui juro, 
Por esta voz 
Que nunca mente, 

Será o último, 
Que já não há mais corpo 
E ilusão que tanta dor 
Inscreva,
Suporte,

(Ou perdure).

No meu palácio 
De perdição de cobre, 
Nesse grande salão 
Do saber e dos papiros, 
Onde se cruzam 
Os suspiros dos pinheiros 
E de outras árvores nobres, 
A que teimamos 
Em não dar sossego, 

Puxei dos meus cartapácios, 
E um a um, 
Sofregamente desfolho,
À procura onde figure 
Com palavras, arras, 
Ou imagens, 
A razão
De uma mais
Que improvável paixão, 

De homem maduro  
Mas criação 
E coração adolescente 


E que já não cede
A ilusões, truques, 
Ou paixões ardentes,
Que já não tragam
Um selo de verdade.

E ouvido o oráculo 
Que me guarda as costas, 
Lá está escrito a ouro:

«Não é venal, 
Nem vil engano,
De feiticeira 
Ou musa impenitente: 
É ouro e especiaria 

(E da mais pura)
Aquilo que o teu 
Coração 
Ao longe 
Sente»

E é deveras
Esta gravítica
Atração, paixão, 
Que junta,
Impele, 
Dois  sólidos
Maduros
A que a um dão 
O nome de Terra
E a outro(a)
O nome de Lua.

E mesmo 
Que o sol e a lua 
(E o firmamento) 

Que parece nascerem
Há momentos 

Se interpuserem 
Entre nós, 

De um modo 
A que só poderei chamar 
De insano e demente, 
Porque tema a Deus a palma 
O oráculo não se engane, 

Porque o meu livro de horas
A que chamarei doravante

(O livro de Nós!
- Como te adoro -
Estando tu
Ainda em branco
Passado no sedoso 
Das minhas mãos)

Ao amor e à paixão
O meu coração
Encerrarei 
Para todo o sempre 

...

Não deixando entrar 
Nem mais um gemido
Vindo deste céu 
Desta terra
Ou firmamento,

Porque a homem 
Não ingénuo 
(E puro)
Não se mente

Porque 
Não há amor por Ardnas
(Esse outro nome 
Dessa lua
Que me atrai) 
Que se iguale a este, 

... Se ficar perdido 
Por força de eclipse 
De um qualquer 
Sol ou planeta

Que se atravesse

(Como um cometa roufenho
breve e destruidor)

Entre a Minha Terra 
E a tua Lua.

"Ardnas Rop Oãxiap":

É esta a Linguagem 
Inscrita na minha 
Nova Lua.

©PAS

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