Quando o jornalista me
confidenciou o estado a que chegou o jornalismo, não me surpreendi (até porque
li todos os volumes das Farpas do Ortigão!) … mas novamente inquietei-me.
Quando mencionou uma estação que diz, «fazemos e criamos notícias!?», não me
surpreendi mas novamente inquietei-me.
Criar é uma arte, embora também possa
ser uma espécie de ilusão e muitas vezes apenas um processo; afinal toda a
criação é colagem e gradação.
Criar ilusões (a nós próprios ou aos
outros, ou pelo menos tentar no processo) não é muito diferente de criar
escritores, no meio de milhares, milhões! de ilusões pessoais; não sendo já uma
arte, mas uma ciência, não exclusiva da literatura.
Diáfanos e inocentes, parece, nem
já os anjos!
Mas no meio da enorme fila de putativos
candidatos a um enorme céu, mesmo que percecionado como fugaz e ilusório, onde
se acolitam anjos, mas também pobres Faustos, poucos lugares se sabem
reservados a ilusórios eleitos; e a esses será permitido ficar (temporariamente,
é certo, num teto que gira à velocidade das nuvens) debaixo de qualquer céu que
é, reconheçamos, melhor do que ficar num céu pouco definido, num indefinido
purgatório ou ir direto para um desesperançado inferno.
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