Caro Joaquim
Como sempre o que nos
apresenta é um excelente relatório das suas e nossas contas. Face a esse
relatório que me alegrou o dia, puxei então do meu dicionário de acrónimos
corporativos e tentei classifica-lo virtualmente: o que, diga-se em boa
verdade, não se apresentou como tarefa nada fácil. Tentei fazer o “match” (perdão
Severino, para esta minha tendência libertária, anarquista e universalista do
mundo), o encontro, entre a qualidade da sua escrita e um CAO, um “Chief Accounting
Officer”, ou Diretor de Contabilidade para o Severino, o que não me pareceu
nada bem: já que a escrita do Joaquim é quantitativa, sem descurar uma enorme
qualidade analítica e descritiva.
CAO, “Chief Analytics
Officer” ou Diretor de Análise, estaria com certeza muito mais próximo das
partidas dobradas, do deve e haver de um aritmético militante (um tipo assim ao
estilo daquilo que hoje chamamos de “O Gaspacho”).
Estava neste pé, neste
lugar de liberdade, de satisfação, de puro gozo (no sentido de usucapião
literário) e distensão, muito longe de querer criar desperdício e dissensão, cada
vez mais indeciso, quando logo abaixo dei de caras com a vaga em aberto de CBO,
ou “Chief Brand Officer”, Diretor de Qualidade, cargo que caia, também, que nem
uma luva no amigo - chefe Joaquim. «Perfeito, pensei!» Mas como não há bela sem
senão e muito menos escrita sem um «se», mais um «não!», a linha abaixo
estragou-me o dia: CCO, “Chief Communication Officer”: «Diretor de comunicação»,
pensei, «inclusivo, mais do que perfeito!»
Face à continuação
dos acrónimos e porque não poderia estragar o resto do dia aos nossos
extraordinários, CKO, “Chief Knowledge Officer”, ou Diretor do Conhecimento, e
todos os acrónimos imediatos não viram a luz do dia. «”Delete” com eles»,
pensei e executei. Sobrou-me apenas o CPO, o Diretor de compras, pela qualidade
de negociação demonstrada pelo extraordinário amigo Joaquim Jordão. Ou seria
apenas este, não me tivesse eu apercebido que um acrónimo restante, o correspondente
ao cargo CVO de “Chief Visionary Officer”, ou Diretor Visionário (de visão
literária) se adequaria a JJ (Joaquim Jordão em extenso, para que não se
zanguem comigo os detratores dos acrónimos). O problema, é que consta nesse
sítio que esse cargo deixou de ser oferecido após a morte de Steve Jobs, assim
uma espécie de camisola vitalícia para um daqueles artistas (esses sim,
providos de grande cagança), da bola.
Caro Severino, não podia estar mais de acordo consigo com o uso intensivo
daquilo que é nosso, apesar da globalização, da mundialização, dos globalismos,
dos glocalismos e até do Euro, esse épsilon malvado que nos obriga a termos de
ser até CPO’s do nosso destino. Mas que caminhamos para um (a) “Chief World
Officer”, CWO… aí caminhamos, caminhamos: e até pode ser uma Chefinha de saias.
Um abraço e uma «saparia» feliz para o Joaquim.
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