Vivemos novamente o mar dos aflitos;
A espuma cruza este nosso navio
Repousando a quilha entre o fundo e o infinito.
A verdade corre o nosso convés
Nem por isso nos fazendo arrepiar caminho.
Mas a cada onda o mar destapa,
Varrendo as amuradas,
Os dejectos,
De que não nos soubemos aligeirar,
Impendendo sobre os nossos conveses,
A tragédia,
Como um descartável lastro
Que nos fixa ao fundo.
E no cesto da gávea,
O capitão afunda-se intranquilo
No seu próprio medo,
Como um aprendiz de marinheiro
A quem lhe falta mão no leme
E peso na âncora,
Temente de fazer cruzar a barca
Por mar tão pouco chão
E tão pouco clemente
Aos nossos olhos.
Clemência, a nós?,
Que açoitamos tanto,
E tão impiedosamente a natureza,
Merecendo castigo!
PAS
http://anarquistadepapel.blogspot.com (pela palavra seremos mais humanos) Este blogue serve como extensão da secretária do autor, assim uma espécie de oficina de escrita.
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Citações:
Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)
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