Queira ou não se queira, tente-se resistir ou não, a porta já está escancarada como se lá estivesse entalado um martim moniz a deixar porta entreaberta a novas conquistas. Falo dos livros digitais que, para os mais atentos, já bruxuleiam como sombras mais ou menos apetecíveis, mais ou menos ameaçadoras, em tudo o que é portal.
A biblioteca digital Camões, do Instituto do mesmo nome, é um desses novos acervos de uma nova forma de leitura, que irá alterar todas as relações entre autores, leitores, editores e permitir massas impressionantes de documentos à simples distância de um click da nossa mais recente janela para o mundo.
Um novo e brilhante mundo novo parece estar aí já escancarado, para brilhar, colocando autores mais perto de leitores, permitindo uma procura mais focalizada, à medida do momento.
Não sem antes causar dor, feridos, mortos: à autoria, às editoras, aos velhos distribuidores. Protagonistas da mudança que já fazem ecoar para o interior e exterior da rede, gritos lancinantes de desconforto, de revolta, de perplexidade, de pavor - toda a mudança causa a dor do desconhecido, a angústia e o pavor do excluído, da perda, a insegurança.
Quase a abrir, pelo menos nesta janela institucional com vista para os livros, um «testemunho» nunca lido avança alegremente e em força para a minha plataforma de leitura: «A Corte do Norte», da autoria de Agustina Bessa-Luis, com chancela da Guimarães Editora. A Agustina, o nosso agradecimento, por esta prenda que nos bate oferecida à janela.
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