Deixem-me contar uma história de encantar.
Há muitos anos, nos tempos risonhos do yuppismo, quando a europa começava a franquear as nossas portas aliciando-nos com o bezerro de ouro, deambulava eu de férias num mini bus, em Miami City, quando o guia espanhol da excursão - que até meteu um DC9 de uma companhia de férias, a deitar por fora, por força dos seus revestimentos interiores, baratas - apontou para o lado direito.
Dizia ele em «americanhol»: «À vossa direita, é o distrito financeiro!»
Depois de percorrido umas largas centenas de metros, com aquelas torres envidraçadas a cheirar a caixa forte do tio Pato, de (a) Disney, acrescentou:
«A partir daqui começam as mafiosas; as de lavandaria...»
Dizia ele em «americanhol»: «À vossa direita, é o distrito financeiro!»
Depois de percorrido umas largas centenas de metros, com aquelas torres envidraçadas a cheirar a caixa forte do tio Pato, de (a) Disney, acrescentou:
«A partir daqui começam as mafiosas; as de lavandaria...»
Qual não foi o meu espanto, o meu horror, o meu despeito, quando vi gravado com estes olhos que viam ainda aquilo como um grande e glamoroso mundo novo, num edifício modernaço, as siglas brilhantes, reluzentes, douradas, diáfanas: BES.
Indignado, envergonhado?, colei-me ao estofo a cheirar a novo do assento.
«Ele há cada guia turístico mais idiota e enlameador do sucesso dos outros, achincalhador dos pequeninos», pensei.
Há que dizer que estávamos, já, na pós - era do «small is beautiful».
Como posfácio, e depois de parte substancial das minhas poupanças aplicadas em acções de um banco da nossa praça terem sido minguadas em quase 100%, há que acrescentar em jeito de conclusão: eu, estudante de Modigliani, teorizador de finanças corporativas de teoremas sobre a importância para o lucro do tipo de financiamento declaro, que: «a qualidade do revestimento interior é hoje, neste trade-off entre ética e ambição a que me eximo, o único activo que contemplo e, logo, o que mais aprecio».
Como posfácio, e depois de parte substancial das minhas poupanças aplicadas em acções de um banco da nossa praça terem sido minguadas em quase 100%, há que acrescentar em jeito de conclusão: eu, estudante de Modigliani, teorizador de finanças corporativas de teoremas sobre a importância para o lucro do tipo de financiamento declaro, que: «a qualidade do revestimento interior é hoje, neste trade-off entre ética e ambição a que me eximo, o único activo que contemplo e, logo, o que mais aprecio».
PAS
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