Tenho sempre à minha cabeceira pelo menos dez livros. Dez pedaços de estórias que se revelam como as disposições dos dias. Gosto de os abrir, ao calhas, e triturá-los em frases curtas e soltas. Frases que arrepiam, como esta: «As notas erguiam-se como pilares ao longo de todo o salão.» (Peixoto; Cemitério De Pianos; 27)
Entendo a linguagem de Peixoto. É um homem apaixonado pelas palavras. Mesmo no seu Cemitério De Pianos, as cordas daqueles objectos inertes e envelhecidos transmitem melodia.
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