O Nuno, o Camarneiro, é um poeta. Prova disso é esta Calendária. Agora que o Nuno foi sequestrado - pelo tempo - modo da etiqueta como regra - que não lhe apaguem a Calendária do nosso calendário e dos seus olhos; que não o tomem por tolo - e nós por bobos; que não o reduzam à discrição do politicamente cínico. Que não usem a máquina de fazer manequins, cujo molde nos torna identical twins de prateleira - bonequinhos articulados de lojinha de fancaria!
É difícil ser a gente, não é?
Com esta dor aprumada ao peito
Com tantos pés sem uma dança
E muita terra comidos nos olhos
E muita carne escondida na pele
É difícil isto e amanhã
Um corpo que cai para o futuro
Um desejo maior do que a vontade
E tantas flores que não são beijos
E tantos sonhos que não são dias
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