- Maria!
- Sentes-te bem, Maria?
- Sinto!
- Confortável, Maria?
- Nem por isso!
- Como assim? Não confias em mim, Maria?
- Confio!
- E então?
- Não confio é… em mim!
- Mas não me dizias que eras uma mulher moderna?
- Sim!
- Mas mesmo assim não confias em mim?
- Não… não é não confiar… sinto receio!
- Receio? Receio de quê?
- De não estar à altura!
- Mas tu estás à altura! És bonita… sofisticada… moderna...! A mulher ideal para qualquer homem.
- Mas é isso, e só isso que pensa de mim?
- É! Não chega?
- Não, obrigada…! Vou-me embora!
- …mas?
- Mas, não! Quero ser… mulher!
- Mas és mulher!
- Não, não! Não enquanto não me encontrar com as minhas sombras!
- Com as tuas sombras?
- Sim, com as minhas sombras!
- ???
- Sim! Com aquelas sombras que não se reflectem ao sol...! Como a inteligência!
- ???
- Chamam-se desejos, sabes...? E inteligência, às vezes...
- !!!
- ... para vós, que perderam o rasto das sombras que se transformam em desejos!
(em memória de todas as mulheres que passaram pelas nossas vidas, sejam mães, amantes ou mulheres, quantas vezes, por inteligência, sombras dos seus homens e que são tantas vezes causa e projecção dessas sombras)
- As 50 sombras de Grey?
- Basta-me uma: chama-se amor, e é uma sombra inteligente!
- As 50 sombras de Grey?
- Basta-me uma: chama-se amor, e é uma sombra inteligente!
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