A M.R.P. trás quase sempre textos que nos fazem reflectir. E como cada vez mais necessitamos, numa sociedade de usa e deita fora, de reflectir.
É coisa aliás de que me não queixo, ao contrário de outros que me verberam de deixar os pés em casa e andar pela cidade sem eles. Da titulação não me queixo: aparecem-me pelo menos meia dúzia por dia. O seu cheiro atrai-nos, é como um sentido gustativo, como uma sopa de pedra que se eleve no ar.
Difícil é acompanhar o seu ritmo com o conteúdo, embora não me queixe nem de tempo nem de imaginação delirante, que parece um cavalo de corridas à solta.
Desde que começo a escrever, cada palavra multiplica-se em múltiplos de ideias: o difícil não é fazê-las sair, é apanhá-las antes que se estatelem no espaço público.
Mas também é verdade que se estatelarem no espaço público não fazem muita diferença do seu modo de estar no espaço privado. É que esse separação cada vez a titulo menos.
Talvez seja da matemática que entrava com dificuldade, mas que de tanto martelada, abriu um buraco por onde tudo sai, a uma velocidade comprimida mais estonteante do que a que entra.
Penso mesmo que conseguiria escrever um livro só de títulos, seria algo semelhante em bondade ao tal livro que compra o tempo antes de se eclipsar. Este pelo menos seria mais útil: seria assim uma espécie de titulação criativa que daria azo à imaginação. Sempre poderia ser colocado como livro de exercícios de escrita criativa. Sendo, assim, penso que já antevejo o próximo futuro transformado numa nova profissão: titulador. E como estou em tempo de raiva e de comparativo, vou pedir já o doutoramento àquela polidiversidade que vocês conhecem, e que até gosto do nome pelo Agualusa e pelo Mia: lusófona. Não a de humanidades, mas a de títulos criativos!
A propósito disto acrescentaria ainda uma nova titulação: Teoria Singular dos Gostos Relativos... se for de mau gosto e pesar pela impaciência, ainda tenho aqui no saco pelo menos mais uns mil, que já incomodam pelo peso, pelo espaço e pelo espartilho criativo do gosto.
A propósito disto acrescentaria ainda uma nova titulação: Teoria Singular dos Gostos Relativos... se for de mau gosto e pesar pela impaciência, ainda tenho aqui no saco pelo menos mais uns mil, que já incomodam pelo peso, pelo espaço e pelo espartilho criativo do gosto.
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