Há uma nova manada no horizonte da escrita: é a boiada do plágio, os construtores sem vida que fazem da sua vida corte e costura de recriação.
Preocupam-me, esses, porque vivem escondidos num mundo novo de representação, um mundo de rede, sem rede, usurpando um pouco aqui e ali pedaços de criação, nas suas ambições tolas e na suas cabeças ocas de grandes senhores.
É uma boiada que vive de lugares comuns, de frangalhos da escrita, escrita não ruminada, mas engolida e guardada num papo, que é levada ingénua e naif pelas mãos de editores já formatados e cansados de tantas letras, de um abecedário imutável, que não editam autores, mas actores, afectando os verdadeiros criadores, vivendo de emoções desgarradas e desregradas:
e a cada cornada infligem dano, não por si sós, mas pela quantidade dos elementos da manada que vão normalizando e institucionalizando num tipo de escrita certinha, escrita pouco criativa, igual àquele livro cujas letras vivem a prazo curtinho, como todas as páginas em branco.
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