Citações:

Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Pergunta a Rosário: a Cultura é Chata?

Há quem diga: a cultura pode ser chata como a potassa! Como também quem pergunte: a cultura é chata?   
Mas também quem diz isso é porque não discorreu que a cultura pode ser como o bacalhau seco: pode ser saboreada pelo menos de 167 maneiras; pelo menos aproximadamente a um número desta dimensão, já que desconfio que cada um de nós é um compound cultural com as suas próprias hierarquias.
Na minha hierarquia o Câmara Clara, consta! O que não consta são aquelas formas chatas de entretrer os olhos sem recurso às sinapses cerebrais, há quem ache entristecer, que dão pelo nome de telenovelas, embora elas sejam também inevitavelmente cultura e façam parte de outras hierarquias… e a cultura não se nega a ninguém: é um direito social e humano de última geração!
Concordo também com a Ana B. que a motivação é interior; e o Câmara Clara um excelente programa. Os direitos culturais alargaram-se e hoje são de quarta geração… e de nicho: «a liberdade já passou por aqui!», dirão os mais saudosistas.
Agradeço à Ana a dica da leitura da «Última paragem, Massamá», de Pedro Vieira, esperando no entanto, com natural horror mas com esperança, que a linha estreita que parece terminar em Massamá seja rapidamente desobstruída, e aberta se expanda sem mais dor para lá do nosso Bojador (que é um monstro de cabeças diferenciadas nas nossas diferentes hierarquias; para algumas gerações mais novas, os monstros, hoje, já não são o conde Drácula, nem Frankenstein, nem Mr. Morte… mas a bela adormecida e os seus adoráveis anões).
Desobstrua e acresça, sem esta forma chata de autoflagelação que nos faz descrer de tudo e todos - até das manifestações de Kultur que se nos entranharam e entranham todo Los dias pelos poros.


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