Citações:

Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Vaidade Poética

Um prémio literário como o da fundação Inês de Castro, merece um ramo de rosas e uma Castro.
Não vou novamente dar os parabéns à Rosário nestes tempos de colher os doces «fruitos», porque embora não muito prolixa - para os seus leitores, obviamente! – é, por isso mesmo, como nos ensina nas suas entrelinhas, «prolixa» na concisão e na magia desses poemas curtos em número pós rascunho, finalistas sublimes, quase a raiar as «cantiga de amor» - e que a todos «canta» e… encanta.  
A concisão e o rigor são a sua arma. Armas letais para o fastio, para o enfadonho, para o excesso; a certeza e a minúcia da escrita são o seu dom.
Um dom conseguido no cruzamento da reflexão com a minúcia - e com os percalços do amor numa espécie de cruzamento do Terreno com o Olimpo.
O post da Rosário aqui gera no entanto - e é esse poder gerador atractivo e reflexivo que prende pela identificação os seus leitores - um aparente paradoxo. Uma aparente sentida vaidade humana positiva de criador com um stress paralelo e uma ansiedade demasiado humana, como se o poeta fosse merecedor de um fardo de que não se consegue livrar.
Para o poeta a realidade existe, mas é demasiado comezinha e irrelevante para merecer o seu sacrifício. 
No caso da poesia da Rosário, que a fortuna a deixe durar muito que o engano de alma «não sendo aparentemente ledo», é muito menos pequeno, quanto mais «cego».

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