Um prémio literário como o da fundação Inês de Castro, merece um ramo de rosas e uma Castro.
Não vou novamente dar os parabéns à Rosário nestes tempos de colher os
doces «fruitos», porque embora não muito prolixa - para os seus leitores,
obviamente! – é, por isso mesmo, como nos ensina nas suas entrelinhas,
«prolixa» na concisão e na magia desses poemas curtos em número pós rascunho,
finalistas sublimes, quase a raiar as «cantiga de amor» - e que a todos «canta»
e… encanta.
A concisão e o rigor são a sua arma. Armas letais para o fastio, para o
enfadonho, para o excesso; a certeza e a minúcia da escrita são o seu dom.
Um dom conseguido no cruzamento da reflexão com a minúcia - e com os
percalços do amor numa espécie de cruzamento do Terreno com o Olimpo.
O post da Rosário aqui gera no entanto - e é esse poder gerador atractivo e reflexivo
que prende pela identificação os seus leitores - um aparente paradoxo. Uma aparente
sentida vaidade humana positiva de criador com um stress paralelo e uma
ansiedade demasiado humana, como se o poeta fosse merecedor de um fardo de que
não se consegue livrar.
Para o poeta a realidade existe, mas é demasiado comezinha e irrelevante
para merecer o seu sacrifício.
No caso da poesia da Rosário, que a fortuna a
deixe durar muito que o engano de alma «não sendo aparentemente ledo», é muito menos
pequeno, quanto mais «cego».
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