Citações:

Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

A Fórmula Da Escrita!

O homem parece ter uma capacidade inata de dizer as mesmas coisas por formas diferentes, muitas vezes encontrando dissemelhanças, onde só há regularidades. Repare-se como, em menos tempo que o diabo esfrega um olho, mesmo quem disfarça relativizando o absoluto, se apercebe como somos animais contraditórios. Assim tenho de me reparar: concordo, em relativo! 
«Sem dúvida», ou deveria dizer peremptoriamente «com dúvida?»
O grande escritor é uma espécie de aprendiz de cálculo combinatório, que combina o enredo - e que melhor enredo do que a nossa vida? - com a poesia, como fruto da harmonia. Toda a vida, aliás, parece jogar nessa combinação: não há vida sem enredo e não à vida – alegria -, só há tristeza, onde não há «poesia». 
E, para tornar mais complexa a equação, há muitos tipos de escrita: a formal, a informal, a criativa, mesmo que no fim só haja um tipo de escrita: a que nos encanta, a que alguns chamam para si de boa; a que encanta pessoas, como a hospedeira das HE, que pela sua carga extraordinária de leituras – tem uma sensibilidade particular para a sua leveza e beleza melódica associada! Mesmo com a relatividade – menos acentuada do que o comum dos mortais na percepção das notas. Afinal, a literatura parece aproximar-se da música.
É, curiosamente, quando a extraímos da grande pauta que sempre foram os livros, de que nos apercebemos serem as letras decifradas alfabetizadas, na nossa boca, belas peças de notas melódicas. É talvez por tudo isto, que cada vez seja mais difícil a afirmação de um escritor. A música inunda o espectro físico por todo o lado. À combinação de notas já parece faltar a dissemelhança. Pelo menos a sua componente narrativa, à medida que somos inundados de narrativas de vida. E sem dissemelhança soçobra a alegria da descoberta e do novo. Restará a poesia? Uma resposta à medida das «três vidas» do Tordo, do equilibrismo que temos de colocar na corda, e de um milhão de combinações de notas. 
Façam, por favor, o vosso jogo!

Sem comentários:

Enviar um comentário