Citações:

Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)

segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

Apelo À Mátria

Não passa um momento que a mãe terra, essa Mátria que nos deu à luz, não ruge um rugido altivo de leoa, soando neste tempo de trevas a arrependido e dorido. Não passa um momento que o campo mais verde se arrepie e se descolore, tornando-se árido e desprovido de verde. Não tarda um momento que as flores, de que te quero dar um ramo, se tornem murchas. Mãe! Que pátria é esta que te arrebanha os filhos? que campo é este que não nos saceia a fome? que costa é esta que não nos alimenta? que espaço aéreo é este, que nos levanta voo para outros lugares que não têm o nosso coração? que orvalho é este que tomou conta dos nossos seres? que enganos são estes, vagas esperanças, de que nos davam, uma e outra vez, como se de pepitas de ouro se tratasse, até se tornarem tantas que não as consegues contar? que alma é esta de que nos diziam não ser pequena? que bruma é esta pior do que a de alcácer, que acabou com o nosso encoberto colocando-nos a descoberto de todos os perigos e sevícias? que cobardia é esta que tomou os campos do nosso quintal? que sandice é esta que nos entontece o peito? que desfortuna é esta que impuseram às nossas cabeças? que correntes são estas que nos agrilhoam ao lugar de escravos? Mãe! eu não nasci para viver num tal lugar! Mãe! retorna-me prestes à terra para eu puder uma vez mais nascer e dizer com a força do primeiro grito, «eu quero um lugar mais alegre e viçoso para criar e onde viver para morrer com fulgor e ganas!»

PAS

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