Há pouco tempo perguntaram-me se a minha paixão pelas humanidades tinha sido encoberta pelo caminho das ciência sociais como a gestão, economia e Estudos Europeus.
Respondi-lhe que não. É que do mesmo modo que não se deve deixar exclusivamente a guerra na mão dos militares, também as humanidades não devem ser exclusivo das gentes de letras ou dos meros coleccionadores e agregadores de palavras. É preciso ir mais fundo na pesca à linha.
«Naquele momento creio ter entendido: a cidade não é um lugar. É a moldura de uma vida, um chão para a memória. Enrolei a linha, e regressei a casa...» (Mia Couto; Pensageiro Frequente).
Que me desculpem os autores mais novos. Mas é preciso muito mais linha como bem explica Mia Couto no Pensageiro Frequente, porque a cidade não é um lugar mas a moldura de uma vida e um chão para a memória onde nos possamos enrodilhar.
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