O meu último livro foi o mais difícil
de ler. Estou a falar do Portugal Agrilhoado, A Economia Cruel Na Era
do FMI, de Francisco Louçã, a quem um caricaturista chamou de
demagogo. Não porque tenha arrastado o dedo, palavra a palavra, pelas suas lombas,
planícies e rios de páginas. Não! Porque li-o de um trago.
Não porque estejam
nele cravadas, a branco e preto, palavras que são escusadas, termos que me
sejam escondidos ou teorias mais ou menos desconhecidas.
Mas porque todos os livros, mesmo os
que de criativos só são credores da realidade que supera a ficção, revelam
homens que, adoptando a teoria dos rótulos, recusam mesmo na sombra do
desconhecido os argumentos do outro.
Posso não ter gostado, mas fiquei a
conhecer um novo Portugal: um muito difícil de ler e mais difícil ainda de engolir!
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