Todos nós vivemos em dimensões que nos são próprias.
Descobri hoje uma poetisa que tem a dimensão
de Melo Breyner.
Nela encontrei a dimensão perfeita que alcançam os meus olhos.
A dimensão da poetisa e do poeta,
dessas pobres criaturas que vivem em dois mundos:
um, simples, mas rude, tão vazio de impressões;
outro, complicado, mas afável, tão cheio de ilusões.
Descobri-a através do olho dos poemas,
desses fala baratos que apresentam
a meteorologia da alma,
e desvendam mistérios e tempestades perfeitas.
E como é revelador este um,
dentro muito outros de outro mundo,
este poema incógnito de nome interdito:
Descobri hoje uma poetisa que tem a dimensão
de Melo Breyner.
Nela encontrei a dimensão perfeita que alcançam os meus olhos.
A dimensão da poetisa e do poeta,
dessas pobres criaturas que vivem em dois mundos:
um, simples, mas rude, tão vazio de impressões;
outro, complicado, mas afável, tão cheio de ilusões.
Descobri-a através do olho dos poemas,
desses fala baratos que apresentam
a meteorologia da alma,
e desvendam mistérios e tempestades perfeitas.
E como é revelador este um,
dentro muito outros de outro mundo,
este poema incógnito de nome interdito:
«Quantas pessoas caminham na
minha direcção? Quantas me
descobrem por entre a multidão
e pousam os seus olhos inteiros
nos meus olhos? Podia acreditar
que entre eles está o homem que
trocaria comigo os dedos sobre a
mesa, uma palavra que fosse gomo
de laranja e poema, o corpo acesso
sob o lençol cansado de mais um
dia. Mas quantos destes rostos de
pedra que me cercam escondem o
seu pelas ruas desta tarde? Quantos
nomes de acaso e de silêncio terei
eu de escutar para descobrir o seu
no meu ouvido? Quantas pessoas
caminham contra mim?»
(MRP; Nenhum Nome Depois; 2004)
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