Dizem que o Chagas é um escritor.
Escreve o Chagas com a rapidez própria de um galo corredor.
Bip - bip, road - runner, papa - léguas, ata, desata, amarrota e desata a escrever, como se escrever fosse um acto banal, como se recolhesse as palavras guardadas debaixo dos tapetes e as atirasse ao vento.
O Chagas, chaga as letras! Desrespeita-as, faz delas piaçaba, vulgariza-as, expõe-as ao ridículo, esgota-as! Faz da escrita uma fotonovela sem fotos, o dia uma crónica em contínuo, como se a escrita não pudesse ser feita pausadamente, aos pedaços.
Mas o Chagas tem graça!
E pela graça que tem, acho que o Chagas não é um escritor, é um danado de um Marketter. E dos bons!
Não se lhe chame é escritor, dirão alguns, porque o escritor não é um cronista de não senso de segundos e minutos e muito menos um papa-léguas!
Será que não é?
Será que não é?
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