Citações:

Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)

sábado, 4 de agosto de 2012

Poesia: Essa Cadente e Sincrética Musicalidade

Num mês em que os blogs mais atractivos fecharam para descanso dos seus mandantes, é bom poder recorrer aos seus históricos; que para além de nos aguçarem o apetite para futuros próximos, recordam-nos como são certas as saudades do futuro que permitem, no silêncio destes espaços fechados, estas conversas didácticas connosco próprios: um muito obrigado à sua autora, que muito faz pela linguagem escrita, mesmo nas muito merecidas horas vagas.
«A poesia é, quanto a mim, muito mais do que as palavras que contém. Se quisesse ser apressada – e agora dá-me jeito sê-lo – diria que, comparada com a prosa, a poesia diz normalmente mais com menos. Claro que nem toda a poesia é assim e nem toda a prosa é assado, mas há uma cadência e uma musicalidade na poesia que, uma vez por outra, quase nos dispensam de ler ou ouvir as palavras que se deitam nos seus versos...»
Para quem gosta de poesia e a liberta, cadência e musicalidade são as definições certas: mas e essa compressão das palavras, essa síntese? 
Essa síntese que me faz lembrar o processo metamórfico das rochas, donde se soltarão sedimentos que inundarão as nossas praias. E como todos somos donos de praias, mais ou menos extensas, onde nos espreguiçamos e refrescamos!  Metamorfismos, sedimentação e metamorfose das palavras: essa metamorfose que faz-me sempre lembrar extensos prados, onde correm cavalos selvagens à solta, sem qualquer tipo de freios nos dentes. 
E como é musicalmente cadente e simples a liberdade! Neste ou noutro mundo, os sedimentos serão o que restará de nós quando formos largados ao vento, prontos para um novo processo de «completamento» da terra - mãe?
Somos ou não apenas pequenos pedaços desta terra que se transforma? Feche os olhos! Somos ou não apenas cadência, musicalidade e síntese? 
Há quem ache que somos também ritmos, aliterações e assonâncias, ... 
poupem-nos senhores, que somos apenas palavras bonitas sem academia! 

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