Citações:

Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)

terça-feira, 19 de março de 2013

Autopublicação

Para além de transparecer timidamente nalgumas coletâneas, nunca publiquei para venda ou mesmo escrevi para o prazer dos outros.
Não que o prazer dos outros seja indiferente ou as suas observações não motivantes - afinal vivemos num mundo de afetos - mas porque sempre foi um prazer de exercício pessoal não solitário apenas acompanhado pelo espelho do conhecimento e da alma, não regateando o mundo do sonho da terra do nunca, nem nunca alienando o real da terra do sempre.
Espero como Gepeto - à quase dezena de originais encadernados de alguns milhares de páginas nas prateleiras - dar forma e vida a estes meninos de pasta de papel, a estes pinóquios » feitos de sonhos, verdades, consequências, na minha oficina, não por osmose mas por convívio, tornando-os - por um breve momento que seja - garbosos meninos - livros de verdade.
Recentemente enviei um ou outro para apreciação em concursos – afinal como seres humanos somos diariamente escrutinados pelas nossas (dis) semelhanças, uma forma como outra qualquer de receber uma festa, um afeto, um carinho, alimentando pequenas fomes sempre frágeis e sensíveis, condição que perceciono como comum a esta vontade e paixão de perceção daquilo que nos rodeia; e uma forma, também, de exigência para com o combinado de palavras, ritmos e formas da escrita como comunicação.
Neste mundo de «enclousures», escrever para além da gaveta será uma sinapse de mim para o outro, um regresso aos campos comunitários de grande liberdade, fugindo a um mundo cada vez com menos cor e cad vez mais cercado.
Mas nunca me iludi - como quem se ilude com a publicação como vaidade de viandante, neste caso tripulante dos tempos glamorosos da aviação – num tempo em que poucas ou nenhumas rotas estão por traçar, e em que as viagens são já pouco mais do que um bocejo.
Tive a suprema sorte de encontrar no mar dos bits da rede estas «horas extraordinárias», onde tenho a certeza de partilhar um incondicional amor pela forma lida da escrita, e de aprender, e isso basta-me como este poema que abre um dos meus encadernados de poesia:

A tua biografia espelhada
Não foi um evento que eu tivesse procurado
Mas também como sabes
Nada é em vão
Nem a tua vontade de ser amado
Nem a ilusão de através da obra
Nos mantermos vivos.
A tua biografia espelha
As almas através da imagem
(…)

1 comentário:

  1. Olá Pedro!
    você já pensou em publicar nas plataformas não tão "mainstream"? Algumas às quais eu publiquei, me deram muito prazer em fazê-lo, pois elas são menos conhecidas, têm caráter independentes e você não perde seu direito como autor. Eu gosto muito desse mundo "free" que a autopubicação pode oferecer!
    Alguns exemplos são a xinxii.com, perse, gatosabido. Enfim... Boa sorte!!!

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