Para além de transparecer timidamente nalgumas coletâneas, nunca
publiquei para venda ou mesmo escrevi para o prazer dos outros.
Não que o prazer dos outros seja indiferente ou as suas observações não motivantes - afinal vivemos num mundo de afetos - mas porque sempre foi um prazer de exercício pessoal não solitário apenas acompanhado pelo espelho do conhecimento e da alma, não regateando o mundo do sonho da terra do nunca, nem nunca alienando o real da terra do sempre.
Não que o prazer dos outros seja indiferente ou as suas observações não motivantes - afinal vivemos num mundo de afetos - mas porque sempre foi um prazer de exercício pessoal não solitário apenas acompanhado pelo espelho do conhecimento e da alma, não regateando o mundo do sonho da terra do nunca, nem nunca alienando o real da terra do sempre.
Espero
como Gepeto - à quase dezena de originais encadernados de alguns
milhares de páginas nas prateleiras - dar forma e vida a estes meninos
de pasta de papel, a estes pinóquios » feitos de sonhos, verdades,
consequências, na minha oficina, não por osmose mas por convívio,
tornando-os - por um breve momento que seja - garbosos meninos - livros
de verdade.
Recentemente enviei um ou outro para apreciação em
concursos – afinal como seres humanos somos diariamente escrutinados
pelas nossas (dis) semelhanças, uma forma como outra qualquer de receber
uma festa, um afeto, um carinho, alimentando pequenas fomes sempre
frágeis e sensíveis, condição que perceciono como comum a esta vontade e
paixão de perceção daquilo que nos rodeia; e uma forma, também, de
exigência para com o combinado de palavras, ritmos e formas da escrita
como comunicação.
Neste mundo de «enclousures», escrever para além
da gaveta será uma sinapse de mim para o outro, um regresso aos campos
comunitários de grande liberdade, fugindo a um mundo cada vez com menos
cor e cad vez mais cercado.
Mas nunca me iludi - como quem se ilude com a publicação como
vaidade de viandante, neste caso tripulante dos tempos glamorosos da
aviação – num tempo em que poucas ou nenhumas rotas estão por traçar, e
em que as viagens são já pouco mais do que um bocejo.
Tive a
suprema sorte de encontrar no mar dos bits da rede estas «horas
extraordinárias», onde tenho a certeza de partilhar um incondicional
amor pela forma lida da escrita, e de aprender, e isso basta-me como
este poema que abre um dos meus encadernados de poesia:
A tua biografia espelhada
Não foi um evento que eu tivesse procurado
Mas também como sabes
Nada é em vão
Nem a tua vontade de ser amado
Nem a ilusão de através da obra
Nos mantermos vivos.
A tua biografia espelha
As almas através da imagem
(…)
Olá Pedro!
ResponderEliminarvocê já pensou em publicar nas plataformas não tão "mainstream"? Algumas às quais eu publiquei, me deram muito prazer em fazê-lo, pois elas são menos conhecidas, têm caráter independentes e você não perde seu direito como autor. Eu gosto muito desse mundo "free" que a autopubicação pode oferecer!
Alguns exemplos são a xinxii.com, perse, gatosabido. Enfim... Boa sorte!!!