Citações:

Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)

sexta-feira, 15 de março de 2013

A SEDES e a Nova Teoria Da Felicidade

Ontem a SEDES lançou o seu último projeto de responsabilização da sociedade civil e que permitiu extrair as seguintes conclusões: uma descrença muito grande por alguma elite na autorregeneração do sistema, de um sistema fechado e tomado pelos interesses dos detentores do poder efetivo (das percebidas verdadeiras elites atuais, as elites do poder: os partidos - na perspetiva da definição de Gaetano Mosca; e a divisão de opiniões entre os que pensam serem as instituições responsáveis pelo atual estado das coisas e os que pensam serem essas instituições os homens que por elas passam (e a crise da sociedade atual derivar de um quase determinismo similar aos altos e baixos de Kondratieff - estando nós hoje no inexorável ciclo baixo dos valores, que modelam as instituições).
Um dos intervenientes lembrou, e bem - já que tem tempo de lembrança suficiente para isso - que há num país aparentemente mais formado e informado verdadeiramente três responsáveis pelo atual estado de coisas: a desresponsabilização individual, a falta de valores, a ética - de serviço.
A essas três, que penso constituintes do atual estado de coisa dos atuais ditames democráticos, acrescentaria uma quarta: as elites portuguesas, sempre divorciadas das sempre estigmatizadas e enjeitadas massas do povo português.
Apetece perguntar: e o povo, pá? haverá democracia sem povo ou tudo não passará de um jogo de espelhos dos enjeitados a cada momento e da rotatividade do poder?

A Nova teoria da felicidade passa, assim, por nos lembrarmos de que o desejo, a necessidade e o prazer, são um combate de todos os dias e não uma lembrança para tempos piores. 
E de nos lembrarmos de como os nossos interesses imediatos e egoístas - de que temos muita dificuldade em nos separar, mesmo quando assumem a forma exclusiva de um momento de prazer pelo reconhecimento - nos podem trazer uma felicidade imediata em detrimento da felicidade perpétua, de que a paz perpétua de Immanuel Kant - tornando-nos uma verdadeira comunidade em detrimento do mais simples estágio de sociedade - já parecia um projeto inicial coletivo.

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