Citações:

Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)

segunda-feira, 17 de novembro de 2014

URBE-NEGRA

Diz o extraordinário Luís MONTENEGRO, ou CIDADANIA NEGRA, se o quisermos qualificar na sua realidade:
«O País está melhor, os Portugueses é que não!» Diz sem se rir, mas com um laivo de maldade e ironia no rosto, como dizia Himmler, até receber na face sangue e miolos de executados, na grande solução final e antes de se afundar no seu próprio vómito.
Entretanto o Grande Marcelo continua, semana após semana, maquiavélica, delirantemente, a atirar veneno e penas para o grande ecrã, manejando com destreza mas já sem eficiência, a sua escorreita língua bífida, viperina roubada, lábia liperina rasgada escondida, não se sabe se aos anjos se aos demónios.
E entretanto nessa urbe-negra, cada vez mais cinzenta, cada vez mais inabitada, os homens e as mulheres abatidos e abatidas, mil vezes escravizados pela canalhocracia, arrastam-se no silêncio da amargura, desprovidos de pão, de locomoção, de ilusão, de esperança.
Arrastados para debaixo das pontes por essa máquina humana, certeira, por esse programa que retira aos seus o tecto, o pão, a esperança através dessa solução eficiente chamada penhora, um Zyklon B quase tão eficaz no genocídio como as valas varridas a invólucros de balas certeiras na nuca.
Vendem-se entretanto com ferocidade e olhinhos pequeninos de ganância, de ambição, de rapina, os últimos pãezinhos que ainda alimentavam algumas bocas.
Ali foi uma que se chamava CIMPOR, outra PT, outra EDP, ali outro acidente que se chamava TAP, enquanto os coringas e os palhaços desta Gotham City do outro lado do Oceano, assaltam crianças, jovens, mulheres e velhos, retirando-lhes o último pão da boca e rindo-se alarve e criminosamente nas suas faces.
PORTUGAL ESTÁ MELHOR, "tonitruam" eles aos sete ventos!
PORTUGAL ESTÁ MELHOR, dizem eles aos quinhentistas de uma única nota, escravizados em falsos estágios.
PORTUGAL ESTÁ MELHOR, dizem eles ao 1,1 milhão de Portugueses que, um tipo chegado de motorizada com um diploma nota doze e babete de menino-escola, seguindo como cão farejador em tudo o seu mestre, fazendo de conta que não vê, não por que seja cego, mas por ter como muitos cegado no caminho, amanuense de facto, assistencialista de lei, manipulador centesimal e profanador legal de borracha, apagando este dado aqui e ali, esta evidência aqui e ali, um despojado da leitura de Hannah Arendt, que viu a carnificina não só como resultado de um homem, de um louco, de um delirante ou de um psicopata qualquer, mas dos seus acríticos, rafeiros e fiéis seguidores.
Por que isto de ser PP, é mais do que se ser jurista, ou o paneleiro que faz entre outras coisas, peças, panelas, ou o ferreiro que ferra em aço mole ferragens e, entre coisas, ferra na cidadania, ferreiro espeto mau, ou espeto o pau, ou peixeiro de praça, ou jeitoso ardiloso de jornais, isto de ser PP é ser feirante e comerciante de ovelhas, levando-as bem encarreiradas para o matadouro, enquanto se canta a várias vozes, a do paneleiro, a do jurista, a do ferrador, a do ilusionista, O PAÍS ESTÁ MELHOR, O PAÍS ESTÁ MELHOR, dizendo a uma só voz perante as valas recheadas de cadáveres, de velhos enterrados vivos, de jovens atirados para outros quintais, de qualificados esmagados em casa fechados na vergonha de quatro paredes, pelo amiguismo, pela canalha DA LOCUPLETAÇÃO, de mulheres tantas vezes obrigadas a alçar as pernas à canalha, ESTOU NO TOPO DO MUNDO, dizem os anões em delírio, finalmente sentindo-se gigantes, as mulheres humilhadas para dar um trago de leite aos filhos.
FIZ TUDO POR AMOR AO REICH, NESTE CASO A PORTUGAL! dirão por fim quando forem cuspidos como indesejáveis, depois de vomitados como personnas não gratas a este corpo esvaído.
(...)
E, entretanto, diz o THE NEW YORK TIMES: PORTUGAL está desolador!
Não, não, rebatem eles do alto da sua ignomínia: PORTUGAL ESTÁ MELHOR, O POVO É QUE TEM FALTA DE SENSIBILIDADE!
© PAS (Pedro A. Sande)

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