Ler “O
prazer da leitura” de Proust, esse prefácio para a tradução de “Sésamo e Lírios”
de John Ruskin (escritor romântico inglês, poeta, desenhista e crítico literário
e social) é ingressar num lugar brilhante onde a realidade é suplantada por
esse domínio de capricho do pensamento. Em todos os lugares há frases que de
tão intensas não podem estar guardadas a sete chaves… em Proust esse lugar
parece um canteiro cheio de rosas bravas feitas crescer pela mão do homem. Uma
dessas chaves é «estar no domínio do flutuante do capricho onde o gosto de uma
única pessoa não pode fixar a verdade».
Uma
frase a que, nos tempos que correm, devíamos prover mais reflexão e debate: é
que o gosto, mais do que uma fixidez de olhar, é uma flutuação do mesmo… a que
Proust chama capricho.
A
outra frase já não é de Proust… mas trazida de Descartes:
«A leitura de todos os livros bons é como uma conversa com as pessoas mais sérias dos séculos passados que deles foram autores».
«A leitura de todos os livros bons é como uma conversa com as pessoas mais sérias dos séculos passados que deles foram autores».
E é
essa conversa que agora Proust, aludindo a Ruskin, acrescenta:
«A leitura é exactamente uma conversa com homens muito mais sensatos e interessantes do que os que podemos ter ocasião de conhecer à nossa volta»… e rebate:
«É no momento em que nos disseram tudo quanto nos podiam dizer que fazem nascer em nós o sentimento de que ainda não nos disseram coisa alguma»; a verdade «temos de criá-la nós próprios»… e é no «termo da sensatez dos outros que surge o começo da nossa.»
«A leitura é exactamente uma conversa com homens muito mais sensatos e interessantes do que os que podemos ter ocasião de conhecer à nossa volta»… e rebate:
«É no momento em que nos disseram tudo quanto nos podiam dizer que fazem nascer em nós o sentimento de que ainda não nos disseram coisa alguma»; a verdade «temos de criá-la nós próprios»… e é no «termo da sensatez dos outros que surge o começo da nossa.»
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