Ora vamos lá reflectir sobre isto: ser escritor é quem escreve? É! Mas,
então, assim seríamos todos escritores? Pois! Então baixemos as nossas próprias
expectativas. Chamemos a nós próprios, escrevinhadores! Há mesmo um amigo que
lhes encontrou um termo mais escorreito: traças... daquelas que roem a celulose
e são continuamente atraídas pela luz sem dela quererem fazer parte. E porque
não? Porque sabem que se dela fizerem parte é porque já não são traças... mas
ex-traças! Iluminarão uma vez? Exacto! Uma única vez, como o fulminante que
nasce e morre no mesmo momento. E qual o critério para passar de uma designação
à outra? O tempo… amigo! O tempo! O tempo e o leitor o ditarão! Mas são ambos
corajosos? Parece-me que sim. Mas diria, por respeito a todos os que escrevem,
que um escritor é um escrevinhador completo, do mesmo modo como um
escrevinhador é um escritor incompleto. A persistência, o modo e o tempo se
encarregarão de lhes prover um libré catita e as dragonas tão ambicionadas.
Tanto uns como outros poderão ir para uma espécie de museus a que se dá o nome
de bibliotecas. Uns serão devorados pelas traças... que criarão outras traças.
Outros ficarão rodeados de pó. E não serão mais traças, mas uns minúsculos
organismos chamados fungos ou bolores e que se encarregarão de lhes dar o destino
devido: o pó, que não é mais do que traças e melgas condensadas no tempo.
http://anarquistadepapel.blogspot.com (pela palavra seremos mais humanos) Este blogue serve como extensão da secretária do autor, assim uma espécie de oficina de escrita.
Portal da Literatura
Citações:
Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)
Sem comentários:
Enviar um comentário