A toalha mais do que um edredão de plumas é um edredão de vida.
Dentro desse edredão contém-se todas as penas deste mundo. Não a das constantes migradoras ou de arribação, não a de pombos ou gaivotas, embora ambas arrulhem; não a de andorinhas ou de corujas, não a de pelicanos ou cegonhas, mas de outras aves mais tipo beija-flor, as que repartem alimento com o bico, atenção e carinho entre ambos, querendo fazer ninho de abraços, ninho de olhares, ninho de toques, ninho de ousadias, vontade de subir a terreiros, limpando-se mutuamente penas. Vontade de levantar voo, abanando asas a um só tempo, voando lado a lado em direcção ao sonho. Este voo em direcção ao sol é delas e só delas! © PAS
Dentro desse edredão contém-se todas as penas deste mundo. Não a das constantes migradoras ou de arribação, não a de pombos ou gaivotas, embora ambas arrulhem; não a de andorinhas ou de corujas, não a de pelicanos ou cegonhas, mas de outras aves mais tipo beija-flor, as que repartem alimento com o bico, atenção e carinho entre ambos, querendo fazer ninho de abraços, ninho de olhares, ninho de toques, ninho de ousadias, vontade de subir a terreiros, limpando-se mutuamente penas. Vontade de levantar voo, abanando asas a um só tempo, voando lado a lado em direcção ao sonho. Este voo em direcção ao sol é delas e só delas! © PAS
Estendem a toalha na areia e descansam nesse colchão de improviso onde as mãos são virgens do corpo do outro.
Os olhares não escondem. Há algo de absolutamente credível no que se diz sem recurso a palavras. Há o tempo presente, dádiva inesperada e surpreendentemente doce. E o futuro, sagrado intocável que premeia a criatividade.
Viajam as mãos e as bocas, enquanto outras viagens se desenham.
Vivem de nada. Do improviso. Numa sociedade de troca directa. Trocam música por pintura, sonhos por realidades, projectos por afectos. A ordem dos factores é arbitrária.
Vivem da beleza do momentâneo. Onde concretizam o que parecia o sonho. Os desígnios de Deus? Um sentir biunívoco, a confiança que germina por via intuitiva.
As mãos são o início a e continuação de qualquer caminho. As mãos são quem conduz, quem ampara e acompanha. São mãos de escrita e de ousadia, suaves instrumentos da orquestra muda das valsas roubadas ao momento.
A mão que se oferece em convite intuitivo. Vem. Estarei contigo.
"Nelle tue mani"
© Sofia Champlon de Barros
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