Um livro que temi à cabeça ser incapaz de ler, sabendo
Licínia, poeta (já que promovo um universalismo abstraccionista menos biográfico
e voluntariamente complexo), e um livro devotado a um país que muitas vezes sinto
dentro de mim como um corpo estranho (mesmo sabendo haver quem aponte para a simplicidade
como valor eterno e supremo, não perdoando a um quase autor desconhecido a
arrogância, arrogando-se chamar complexo ao que alguns poderão ver como
complicado... mas quem disse que há Deuses na Terra?!
E, talvez, por convergir num outro tipo de gosto e de
memórias do real, pois isto das lembranças não devemos ignorar poderem ser
brancas mas, também, vermelhas (ou rosas apesar dos cravos!), realistas ou românticas,
rurais ou urbanas, globais ou locais, rectangulares ou esféricas, podendo o gosto
ser mais recheado de cheiro a rosmaninho do que ao suor e à diversidade das minhas impressões ou
do "abstraccionismo realista?!" (contradição nos termos!), que gosto
de ceder a uma Vida Real Majestática, provocando-a, para a melhor conhecer
— o gosto diverge, é verdade, não se discute, absorve-se e observa-se!
O "Disco Rígido" da Licínia está, no entanto
e entretanto, recheado de "deliciosos" mini contos (CC bater-me-á,
com a força granjeada no teclado, com um maço, por me atrever a "deliciar",
literariamente), como distingo o "Trevo" e os "Os Anos".
Bem como pululam mais de seis dezenas de pequenas
pérolas da nossa condição simples familiar, quase como conversas em família, onde
se conjugam essas mãos cheias de apanhados de ficções e divagações familiares e
de vizinhança, tantas por certo como as memórias da Licínia, a sua aprendizagem,
ensinamentos, repousando num tempo histórico datado de personagens, construído na
unidade da sabedoria de quem vive e olha ao redor dos seus, com certeza, bem vividos
e recheados "enta".
O "Disco Rígido" da Licínia está, assim,
bem e recomenda-se, não apresentando sectores danificados e estando neste giro
literário, de posse de todos os seus bytes e ao abrigo de todos os bit(ate)s.
© PAS (Pedro A. Sande)
© PAS (Pedro A. Sande)
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