O
mundo da escrita (e da edição) é, como sabem os que por ela andam, um mundo
muito difícil, recheado de múltiplos obstáculos na transposição da
"mensagem" do "autor ao leitor": a discricionariedade, a
aleatoriedade (a sorte ou o azar), a exigência, o tempo, o retorno, o interesse,
o amiguismo, o "tráfico" de influências, as consequências, a
incompreensão, a solidão imposta pela escrita, etc.
Difícil
não é o acto de escrever, para quem o faz com paixão, mas o acto de ser lido,
de partilhar, o acto de um livro encontrar e "casar felizmente" com o
seu leitor. Um acto voluntário, naturalmente em menor ou maior grau, uma janela
da necessidade do EU. Mas que é, também, empatização, sociabilização, uma
exigência de estímulo, motivação, para essa vontade de partilha ou para esse saciar
da maior ou menor "vaidade" do EU: estímulo, já que o Homem é um ser
de afectos; e, tal como o Homem, o Autor anda mesmo que involuntariamente sempre à procura de algum reconhecimento, de algum calor por parte dos seus
pares leitores, de alguma acha que o ajude, impulsione, a manter a chama da
escrita, nesse diálogo-partilha com O Outro, acesa.
E quando alguém que leu a obra nos dirige estas palavras, «Gostei muito de facto
.. é uma daquelas obras, que apetece ter sempre por perto, para de vez em quando
ler algumas páginas ... ajuda a refrescar a alma .. e aumentar a cultura,
naturalmente ...», há uma agradável sensação de plenitude, uma sensação de
bem-estar por podermos dar algum momento de alegria, satisfação, prazer,
acrescentando algum calor a um mundo gregário que precisa ser constantemente
alimentado...
Para que a chama desta enorme lareira, que é o nosso planeta terra, definitivamente, sem a nossa insignificante contribuição individual (que não tem de ter a dimensão de qualquer dos nossos Egos), não se apague.
Para que a chama desta enorme lareira, que é o nosso planeta terra, definitivamente, sem a nossa insignificante contribuição individual (que não tem de ter a dimensão de qualquer dos nossos Egos), não se apague.
© PAS
(pedro a. sande)
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