Citações:

Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)

sábado, 6 de dezembro de 2014

CHAMA, ESCRITA, CONTACTO


O mundo da escrita (e da edição) é, como sabem os que por ela andam, um mundo muito difícil, recheado de múltiplos obstáculos na transposição da "mensagem" do "autor ao leitor": a discricionariedade, a aleatoriedade (a sorte ou o azar), a exigência, o tempo, o retorno, o interesse, o amiguismo, o "tráfico" de influências, as consequências, a incompreensão, a solidão imposta pela escrita, etc.
Difícil não é o acto de escrever, para quem o faz com paixão, mas o acto de ser lido, de partilhar, o acto de um livro encontrar e "casar felizmente" com o seu leitor. Um acto voluntário, naturalmente em menor ou maior grau, uma janela da necessidade do EU. Mas que é, também, empatização, sociabilização, uma exigência de estímulo, motivação, para essa vontade de partilha ou para esse saciar da maior ou menor "vaidade" do EU: estímulo, já que o Homem é um ser de afectos; e, tal como o Homem, o Autor anda mesmo que involuntariamente sempre à procura de algum reconhecimento, de algum calor por parte dos seus pares leitores, de alguma acha que o ajude, impulsione, a manter a chama da escrita, nesse diálogo-partilha com O Outro, acesa. 
E quando alguém que leu a obra nos dirige estas palavras, «Gostei muito de facto .. é uma daquelas obras, que apetece ter sempre por perto, para de vez em quando ler algumas páginas ... ajuda a refrescar a alma .. e aumentar a cultura, naturalmente ...», há uma agradável sensação de plenitude, uma sensação de bem-estar por podermos dar algum momento de alegria, satisfação, prazer, acrescentando algum calor a um mundo gregário que precisa ser constantemente alimentado... 
Para que a chama desta enorme lareira, que é o nosso planeta terra, definitivamente, sem a nossa insignificante contribuição individual (que não tem de ter a dimensão de qualquer dos nossos Egos), não se apague.
© PAS (pedro a. sande)

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