«Descarnados e pelados não era algo que se pudesse dizer dos meus
intervenientes, pelo menos sem uma vistoria mais atenta. Para um pintor,
autor, artista, que não é apenas um técnico de pigmentação capaz de
matizar, de prover textura ou tonificar, mas um aglutinador flexível dos
seus próprios pigmentos, da sua própria plasticidade, aquele suporte de
tecido tensionado a que se chama tela, montado num cavalo de madeira a
que se chama cavalete, ou não fosse da essência do curioso as
características de cada objecto e o seu comportamento em cada momento,
já meio coberto de óleo, só deixa ver metade do que se passa no campo à
nossa frente. Ao lado deste homem baixo, um outro homem mói e prepara
tintas, o que faz do primeiro um grande artista e do segundo um
auxiliar.»
(© PAS; O Mordomo de ... - livro em revisão)
(© PAS; O Mordomo de ... - livro em revisão)
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