Na condução de um relógio que desperta
Vi horizontes entretecidos de todo o tipo de flores:
Pétalas rosáceas e outras sonâmbulas
Que me atrapalharam no bojo das suas campânulas,
A vontade de adormecer e pernoitar.
Falaste-me em jasmins, orquídeas, anémonas,
Amores-perfeitos e até açucenas,
Como se as flores não fossem tão só e apenas,
Pés inertes, passos funâmbulos,
Construções apenas belas,
Onde me ative a nos sonhar e dormitar.
Na linguagem das flores e sua linhagem,
Tentei conhecer cravos, jacintos, crisântemos,
Hibiscos, gladíolos, estrelícias e violetas,
Especializando-me até nas mais singelas lágrimas de Cristo.
Por ti que te desdobras no cuidado das flores,
Dei-me até ao trabalho, mais magistral que floral,
De afagar em papel prata, lírios, orquídeas e petúnias,
E até a aconchegar num vaso engraçado de toque radical e muitas enxertias
Três das mais belas flores... de seu nome, as três marias!
© PAS (madrugada de 25/05/2016)
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