«A carta que Josefa traz na mão, feita numa caligrafia redonda e de tamanho generoso, faz-lhe lembrar um Lago Eterno, já que o coração quente de Josefa procura evitar (nas suas erupções de melancolia) a palavra glaciar. Pois este já é o sentimento que aparenta, por quem nutre por si apenas um amor adoçante de quem já perdeu os sucos açucarados do amor leal, eterno. Não o amor quase filial, quase paternal, cerzido com linhas de densidade e cores diferentes, de sentido e estima de profissional, de par, de artista que adora a sua arte, e mesmo que esta lhe tenha saído menor (ou talvez por isso).
Essa também é a opinião de Josefa.
Que, como todos os ex-amados que não querem ser vítimas da maior perdição, O AMOR IMPERDIDO, o reverso do amor de perdição de todas as saídas de adolescências e entradas na idade adulta (e, ou, matura), que o amor, também como as marés, é vítima de refluxo, vive entre a apatia e a mentira do engano e a loucura do ciúme e o produto da rejeição e perda, o agastamento, e todas aquelas palavras que sinónimas desta perda feita de corpo de delito de traição, conseguirmos encontrar no dicionário estático do nosso coração. Porque, nestas alturas de dor, o coração parece definhar, assemelhando-se a uma máquina não oleada perdendo rapidamente corda, sem qualquer actividade dinâmica digna de registo senão um tiquetaque e um taque-tique dinâmico (porque a ordem das batidas é indiferente para o seu funcionamento) para uma morte ou explosão anunciada...»
http://anarquistadepapel.blogspot.com (pela palavra seremos mais humanos) Este blogue serve como extensão da secretária do autor, assim uma espécie de oficina de escrita.
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Citações:
Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)
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