Citações:

Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

ARDENAS DE ANTONY BEEVOR

Ardenas é mais um magnífico livro desse grande historiador que é Antony Beevor.
Ardenas a última jogada de Hitler.
Um livro indicado para todos os amantes de história e e em especial para os amantes dos acontecimentos que moldaram essa loucura de grandes dimensões que se chamou segunda grande guerra mundial.

terça-feira, 22 de dezembro de 2015

LUSITANA MELANCOLIA

«A carta que Josefa traz na mão, feita numa caligrafia redonda e de tamanho generoso, faz-lhe lembrar um Lago Eterno, já que o coração quente de Josefa procura evitar (nas suas erupções de melancolia) a palavra glaciar. Pois este já é o sentimento que aparenta, por quem nutre por si apenas um amor adoçante de quem já perdeu os sucos açucarados do amor leal, eterno. Não o amor quase filial, quase paternal, cerzido com linhas de densidade e cores diferentes, de sentido e estima de profissional, de par, de artista que adora a sua arte, e mesmo que esta lhe tenha saído menor (ou talvez por isso). Essa também é a opinião de Josefa. Que, como todos os ex-amados que não querem ser vítimas da maior perdição, O AMOR IMPERDIDO, o reverso do amor de perdição de todas as saídas de adolescências e entradas na idade adulta (e, ou, matura), que o amor, também como as marés, é vítima de refluxo, vive entre a apatia e a mentira do engano e a loucura do ciúme e o produto da rejeição e perda, o agastamento, e todas aquelas palavras que sinónimas desta perda feita de corpo de delito de traição, conseguirmos encontrar no dicionário estático do nosso coração. Porque, nestas alturas de dor, o coração parece definhar, assemelhando-se a uma máquina não oleada perdendo rapidamente corda, sem qualquer actividade dinâmica digna de registo senão um tiquetaque e um taque-tique dinâmico (porque a ordem das batidas é indiferente para o seu funcionamento) para uma morte ou explosão anunciada...»

 

SEM-ABRIGO, S.A.

«SOMOS TODO O MUNDO. Sim, este mundo é muito estranho... ou talvez não! Há os aduladores, os adulados, os que gostariam... e não são, os que são e não gostariam, os que se divertem apenas, os que se levam demasiado a sério, os que se levam demasiado a brincar, os troca-tintas, os que se estão nas tintas, os que gostam de viver num mundo estranho, os ingénuos, os sabidos, os que estranham o mundo, os que alargam horizontes, os confinados, os manipuladores, os esquisitinhos, os santa boca, os facciosos, os libertos, os que vivem amarrados, os que se desprendem todos os dias do embarcadoiro, os que andam a passo, os outros a trote, os que se lançam a galope, os tímidos, os folgados, os que vivem à deriva, os universalistas, os particularistas, os dissimulados, os maus fígados, os bons fígados, os comendadores, os narcisos, os "comenda-dados", os que libertam peçonha, os implicativos, os implicados, os aborrecidos, os "aborrecedores", os convincentes, os convencidos, os santos, os pecadores, os que anulam o veneno, os inoculados, os sensibilizados, os empedernidos, os professores, os alunos, os empossados, os possuídos, os exorcizados, os párias, os sinistros, os sinistrados, os revestidos a mel, os revestidos a fel, os enganados, os armadilha-dos, Sim, este mundo já é um pouco menos estranho e engraçado, Interage, diverte-te, provoca, sê provocado, não ofendas, não sejas ofendido... Cheio de cores, odores, paladares, sentidos, sonidos... E é tão bom dar a volta ao mundo, debicando aqui, ali, esmiuçando aqui, ali, cuscando, remexendo, percebendo, questionando, e gostando e desgostando, degustando?, para aprender, para ensinar, para ensinar a gostar, para gostar de aprender, para amar, para viver, para universalizar... podemos ser tudo e todos... São todos... bem vindos! © Pedro A. Sande; Sem-Abrigo S. A.; pg. 114-115)»