Hoje uma ave chamou-me a atenção. Contra um fundo de nuvens de algodão
abanava as asas pairando no ar como se perscrutando atentamente cada
lugar onde poisar. Só aos pingos da chuva abandonou este ritual.
Como esse pássaro também vivo a relatividade da vida, sabendo que tornar
os momentos absolutos e demorá-los para a eternidade não é para todas
as aves, ciente da minha capacidade de me adaptar a cada lugar e
momento, fazendo do relativo da vida e das coisas a vida em absoluto.
Pelo menos um absoluto relativo, a consciência de que somos nós que
construímos os lugares, de modo diferente daquelas aves que nunca
conseguem pairar senão por brevíssimos momentos, pensando que a
constante diferença, a busca do absoluto sempre relativo lhes acomoda o
ninho.
O mundo parece mais risonho quando somos capazes de esvoaçar adaptando o lugar do poiso e fazendo desse lugar o melhor e único lugar. Disso depende um tempo de voo feliz para aves e outros animais.
© PAS
O mundo parece mais risonho quando somos capazes de esvoaçar adaptando o lugar do poiso e fazendo desse lugar o melhor e único lugar. Disso depende um tempo de voo feliz para aves e outros animais.
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