9. AMANHE SER: REAPRENDER A SER FELIZ
16-06-2013
Olho ao longe
E mais que um a Noite ser
Vejo um amanhe Ser
Lindo e Brilhante
Pois também
Reaprendo
A ser feliz.
Não há pranto
Que não esmoreça
Nem tristeza no olhar
Que não se abata.
Há sempre um
Novo e brilhante
Raio de sol
Que nos solta o olhar.
Não mais o engano
Nem a tristeza
E a amargura
No olhar.
Apenas o dia
E esse Amanhe Ser
Que sucede
A um a Noite Ser
Que parecia
Fútil
Cinzento
E sem esperança.
© PAS (Tempos, As Novíssimas Sombras; 2014; Pedro A. Sande; pg. 17-18)
http://anarquistadepapel.blogspot.com (pela palavra seremos mais humanos) Este blogue serve como extensão da secretária do autor, assim uma espécie de oficina de escrita.
Portal da Literatura
Citações:
Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)
terça-feira, 31 de dezembro de 2013
sexta-feira, 20 de dezembro de 2013
Gonçalo e Mia: Mas Mia, mia mais alto!
Artur: tem aqui um a seu favor. De facto os gostos são como as alergias.
Comungo também consigo que uma focagem muito mecanicista, muito
geométrica, muito fundada no isolacionismo da palavra, pode colocar
aquele sabor amargo a papel de jornal, mau grado ser uma espécie de
diário ou hebdomadário de referência.
O Gonçalo é sem dúvida um grande
escritor, um escritor de características mais Nortenho do que Sulista,
um académico, um filósofo, um exercitador de um mundo muito ligado a
engrenagens, um mecanicista literário, onde o homem do Sul que vive na
desordem e no caos se pode confundir.
Um daqueles escritores que tanto
exercita o génio, como comunga com o chato: mas todo o experimentalismo
que tente esticar até à face escura da lua parece ser mesmo assim. É
quase como confundir papel com moeda ou, obliterando uma ou duas das
suas três funções, e, ou, não possuindo a percepção do mais
significativo alicerce intelectual do interaccionismo simbólico, o
insustentável pragmatismo tomado (tornado) no caos: uma espécie de
criptografia Tomazziana .
Entretanto Raul, e fazendo um breve parêntese, enviei-lhe a horrível Obsessão… um pastel feito de Caos e Ironia, com algumas imperfeições que o benze Deus e uma certa ligeireza, esperemos não esquizóide e muito menos esquizofrénica.
Entretanto Raul, e fazendo um breve parêntese, enviei-lhe a horrível Obsessão… um pastel feito de Caos e Ironia, com algumas imperfeições que o benze Deus e uma certa ligeireza, esperemos não esquizóide e muito menos esquizofrénica.
Temo pelo seu
juízo crítico, uma grande prova a sua leitura, de uma obra leve, feita
numa pincelada e fundada na observação, na incompletude e na ligeireza
da ironia.
Mas reitero que o senhor do senhor de Juarroz é notável, o
que não significa que haja dias curvilíneos em que não haja pachorra
para alguma rudeza da alma, como se a alma fosse uma linha recta.
E
vendo outros dias de génio em que a alma vai liberta no castelo da popa,
como “aquela” extraordinária Viagem à Índia. Ademais, o senhor Tavares,
é muito jovem, como se quer às actuais gestões de carreira e com
enormes provas escritas: nem o senhor de Crato, o cruzadista contra as
escolas de educação, se atreveria a colocar o seu génio à prova.
Com a aprendizagem do ajustamento ficaremos cada vez mais disciplinados e germanizados: e a obra de Tavares não terá em Portugal, em sequência, nos próximos cem anos, génio “à altura”.
E não é ironia, parece mesmo realidade, mesmo se para o meu gosto Couto Mia, mia mais alto!
Com a aprendizagem do ajustamento ficaremos cada vez mais disciplinados e germanizados: e a obra de Tavares não terá em Portugal, em sequência, nos próximos cem anos, génio “à altura”.
E não é ironia, parece mesmo realidade, mesmo se para o meu gosto Couto Mia, mia mais alto!
segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
Vértice Com Vórtice Dentro!
Nem mais a propósito esse
Vértice com este Vórtice dos tempos, que inevitavelmente será de recomeço.
A leitura de um
escritor não se completa, ou esgota, na leitura de uma ou duas das suas obras.
De todas podemos
gostar de forma diferente, mas todas nos dão uma percepção da capacidade de
criação e visão do mundo dos seus autores.
Saramago é sem dúvida
um dos maiores escritores portugueses de sempre.
Podemos não gostar
dele pela percepção que temos de si como pessoa, ou da sua tomada de posição na
cidadania, concordante ou não com o nosso posicionamento e o nosso lugar na
matriz de valores actual.
Como pessoa não gosto
das histórias ficcionadas (ou não) de algumas das suas posições na época do grande
saneamento; mas já passou demasiada água pelas pontes para perceber que reserva não significa necessariamente
antipatia e o seu antónimo é uma característica que privilegio. Afinal, ser-se
agradável com o nosso semelhante é uma condição de inteligência… e não custa
nada!
Como romântico gosto
do seu olhar com o aparente grande amor da sua vida.
Como escritor que é o
que verdadeiramente interessa, gosto da sua inteligência posta ao serviço da
sua obra, do seu rigor e trabalho de formiguinha que bem se percebe nos seus
romances, bem como da sua cultura e da experiência de vida que denota.
A leitura calma e
ponderada da sua obra permite-nos perceber como constrói e tece as suas tramas.
Uma construção cuidada, recheada de conteúdo, recheada de reflexão, recheada de
um olhar minucioso, como se rodando cada palavra e cada frase com olhar de artífice
olhando-a cuidadosamente com esse olhar de artesão de vários ângulos.
Tendo lido apenas uma dezena das suas obras, nunca
tinha lido o seu «Evangelho segundo Jesus Cristo». Não é fácil, de facto, no
nosso limitado tempo de vida ler toda a obra de cada um dos autores, mesmo dos
nossos preferidos. Mas este «Evangelho...», a par com o «Memorial...» e o
«Cerco de Lisboa», é para mim (que isto gostos, embora potencialmente comuns,
são em primeiro lugar apenas só nossos...), uma das suas grandes obras.
E bastava este
excerto:
«José, Maria e o burro
tinham vindo a atravessar o deserto, pois o deserto não é aquilo que
vulgarmente se pensa, deserto é tudo quanto esteja ausente dos homens...» (J.S.,
O Evangelho segundo...; pág. 79).
PAS
terça-feira, 3 de dezembro de 2013
Comuns Mortais
Hoje não me apetece ler em Cracóvia mas escrever em Lisboa que é um lugar de poetas, escritores e outros artistas.
Nesta coisa de autores, escritores e egos há-os para todos os gostos. Os tímidos, os presumidos, os reflectidos, os que se elevam ao olimpo; e aqueles que percebem que a única diferença os separando do comum dos mortais é serem tão mortais e comuns como o mais vulgar dos homens.
A diletância e o autoconvencimento é um aparvalhamento do ser e uma tentativa tão pueril como triste de querer possuir só para si um olimpo que afinal não é mais do que a extensão de uma terra habitual.
Escrever não é relevância, mas paixão, e uma paixão que deve fazer perceber que colocar-se num pedestal não faz de nós mais do que comuns jarras de qualidade tão comum como a louça de que nos servimos todos os dias ao jantar.
Vem isto a propósito de alguma coisa para além de uma pequena menção à cidade da literatura e ao desamigamento de quem se considera especial?
Vem. Vem isto a propósito de uma sociedade feudal, exclusiva, petulante, sem dimensão humana. Uma sociedade que por aí pulula sem gratidão nos lábios e com ilusão nos rostos. Uma espécie de sociedade de Corte que se alimenta em pequenos círculos, excluindo e incluindo pelo seguidismo, pelo interesse e pela urgência em ser diferente e querer ser único.
Hoje, de facto, tive a prova de não passarmos mais do que gente comum.
Nesta coisa de autores, escritores e egos há-os para todos os gostos. Os tímidos, os presumidos, os reflectidos, os que se elevam ao olimpo; e aqueles que percebem que a única diferença os separando do comum dos mortais é serem tão mortais e comuns como o mais vulgar dos homens.
A diletância e o autoconvencimento é um aparvalhamento do ser e uma tentativa tão pueril como triste de querer possuir só para si um olimpo que afinal não é mais do que a extensão de uma terra habitual.
Escrever não é relevância, mas paixão, e uma paixão que deve fazer perceber que colocar-se num pedestal não faz de nós mais do que comuns jarras de qualidade tão comum como a louça de que nos servimos todos os dias ao jantar.
Vem isto a propósito de alguma coisa para além de uma pequena menção à cidade da literatura e ao desamigamento de quem se considera especial?
Vem. Vem isto a propósito de uma sociedade feudal, exclusiva, petulante, sem dimensão humana. Uma sociedade que por aí pulula sem gratidão nos lábios e com ilusão nos rostos. Uma espécie de sociedade de Corte que se alimenta em pequenos círculos, excluindo e incluindo pelo seguidismo, pelo interesse e pela urgência em ser diferente e querer ser único.
Hoje, de facto, tive a prova de não passarmos mais do que gente comum.
Subscrever:
Mensagens (Atom)