Citações:

Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)

domingo, 16 de junho de 2013

De Pleading Eyes A Pleading Star


Saramago: o rapaz das badanas, «o Pleading eyes!». Sempre tive por Saramago e Pilar o olhar que me assiste: o de romântico perdível! Histórias verdadeiras e reais de amor são a raiz da vida, o receptáculo que todos queremos prover, a flor que todos queremos cheirar. Talvez por ter tido o privilégio filial de ter esse exemplo magistral: um amor forte, imparável, de gente linda no olhar e no pensar. Um amor que acabou em morte a dois, morte solidária, ou talvez não, para quem poder testemunhar o ato de união e reencontro no céu. A distância de idades de Saramago e Pilar era, é!, brutal: 27 anos os separavam. De início pensei que houvesse ali um interesse qualquer escondido de uma parte, ou um amor pela palavra ou ambição pelo outro, que esse também é capaz de mover montanhas e estabelecer improváveis parcerias. «Um pensamento que me envergonha!» Mais tarde, retractado, porque não sou deus, ao olhar o olhar de Saramago percebi que assim não era. Havia ali uma parceria fundada no amor à arte, recheada de uma enorme cumplicidade - real, como as águias. Pilar era para Saramago a sua estrela cadente, a sua luz, o seu percurso em paz até à humanidade. E Saramago para Pilar...? Seria, isso? Talvez!

Li entretanto que Isabel da Nóbrega, primeira mulher de Saramago, foi a sua mão inicial: «O rapaz das badanas» que ela arrastou para o sucesso, para ela, o «Pleading eyes», «um homem com um olhar sempre sofrido, como calha muitas vezes aos conscientes, aos sensíveis que tomam para si as dores da humanidade, não as compreendendo, porque não compreendendo a incapacidade da felicidade pessoal e a falta de liberdade individual.» 

Um  amor assim estará sempre inscrito nas estrelas, «para conhecer o amor é preciso não pensar conhecer-lhe a fórmula!», que é o seu lugar próprio e um lugar de eleição! 
O «Pleading eyes» é hoje uma «Pleading Star!», um objeto que podemos observar à noite quando olharmos para o céu!

Sem comentários:

Enviar um comentário