Citações:

Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)

sexta-feira, 20 de dezembro de 2013

Gonçalo e Mia: Mas Mia, mia mais alto!

Artur: tem aqui um a seu favor. De facto os gostos são como as alergias. Comungo também consigo que uma focagem muito mecanicista, muito geométrica, muito fundada no isolacionismo da palavra, pode colocar aquele sabor amargo a papel de jornal, mau grado ser uma espécie de diário ou hebdomadário de referência.
O Gonçalo é sem dúvida um grande escritor, um escritor de características mais Nortenho do que Sulista, um académico, um filósofo, um exercitador de um mundo muito ligado a engrenagens, um mecanicista literário, onde o homem do Sul que vive na desordem e no caos se pode confundir. 
Um daqueles escritores que tanto exercita o génio, como comunga com o chato: mas todo o experimentalismo que tente esticar até à face escura da lua parece ser mesmo assim. É quase como confundir papel com moeda ou, obliterando uma ou duas das suas três funções, e, ou, não possuindo a percepção do mais significativo alicerce intelectual do interaccionismo simbólico, o insustentável pragmatismo tomado (tornado) no caos: uma espécie de criptografia Tomazziana .
Entretanto Raul, e fazendo um breve parêntese, enviei-lhe a horrível Obsessão… um pastel feito de Caos e Ironia, com algumas imperfeições que o benze Deus e uma certa ligeireza, esperemos não esquizóide e muito menos esquizofrénica. 
Temo pelo seu juízo crítico, uma grande prova a sua leitura, de uma obra leve, feita numa pincelada e fundada na observação, na incompletude e na ligeireza da ironia. 
Mas reitero que o senhor do senhor de Juarroz é notável, o que não significa que haja dias curvilíneos em que não haja pachorra para alguma rudeza da alma, como se a alma fosse uma linha recta. 
E vendo outros dias de génio em que a alma vai liberta no castelo da popa, como “aquela” extraordinária Viagem à Índia. Ademais, o senhor Tavares, é muito jovem, como se quer às actuais gestões de carreira e com enormes provas escritas: nem o senhor de Crato, o cruzadista contra as escolas de educação, se atreveria a colocar o seu génio à prova.
Com a aprendizagem do ajustamento ficaremos cada vez mais disciplinados e germanizados: e a obra de Tavares não terá em Portugal, em sequência, nos próximos cem anos, génio “à altura”.
E não é ironia, parece mesmo realidade, mesmo se para o meu gosto Couto Mia, mia mais alto!

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