Citações:

Sem o direito natural não há Estado de direito. Pois a submissão do Estado à ordem jurídica, com a garantia dos direitos humanos, só é verdadeiramente eficaz reconhecendo-se um critério objetivo de justiça, que transcende o direito positivo e do qual este depende. Ou a razão do direito e da justiça reside num princípio superior à votante dos legisladores e decorrente da própria natureza, ou a ordem jurídica é simplesmente expressão da força social dominante
(José Pedro Galvão de Sousa, brasileiro, 1912-1992)

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Apresentações

Ah, ah, ah! É capaz de andar lá perto, Severino. Muito bom este texto da Rosário que preenche mais um vazio nesta coisa da experiência do convívio com os livros.
Reconheçamos que entre estar a escrever um livro e a sumariar o livro, a primeira opção, leia-se invenção, é a que mais me agrada. O autor que odeia lançamentos lá terá as suas boas razões e possivelmente algumas bem substantivas que por certo partilharia.
No actual momento do país uma tal tribuna seria, para quem me quisesse ler, um verdadeiro tormento. Pois não lhes daria nem com o sumo, nem com um guardanapinho de papel (afinal os leitores se compram livros tem o direito, inalienável, de os poderem ler no recato do lar… sem serem defenestrados por autores que quase sempre são maus actores ou bichos de secretária).
Claro que usar verdadeiros animadores, ou mesmo passar por uma loja de máscaras e aparecer vestido de Zorro, Obélix, Lucky Luke ou de incrível Hulk , isso agradava-me. Ou mesmo, já que hoje em dia a diferença entre humanos e animais é nenhuma, sei lá, à Jolly Jumper , já que podia entrar sempre aos relinchos quando a voz me faltasse. Bem como satisfazia-me um chazinho e umas bolachinhas, daquelas de canela ou de areia tão ao gosto das ceias da avozinha dos meus tempos de infância, que as tinha diariamente em saquinhos, da padaria da esquina ao Salitre, seguido de um chá dançante e daquelas danças Cossacas tipo Kasatchok . E a fingir que ainda tinha os meus treze anos, ganhando coragem para convidar para dançar a mais loura do baile (e se naquele tempo as louras não eram mesmo louras, e os homens não eram mesmo morenos até morrer!), ao arcaico mas estimulante som do je t’aime … moi non plus ».
No meio disto, no entanto, sinto-me um raio de privilegiado. Nunca tive de passar por tal tortura, embora a altura se aproxime e já tenha preparado uma diatribe (ou um agradecimento) para quem fez de mim um exemplo de oportunidade a tempo inteiro… e siga a música: Ras , Dwa , Tri / C'est l'hiver qui frappe à notre porte / Mes amis , allumons un bon feu / C'est l'hiver , que le diable .

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